Pesquisa revela aumento de bares e restaurantes com prejuízo em agosto

Em todo o território nacional, o número de bares e restaurantes que encerrou o mês de agosto com prejuízo aumentou em 5%, de acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e divulgada neste mês de outubro (2023), pela Agência Brasil. Os dados revelam que no mesmo mês, 24% das empresas enfrentaram dificuldades financeiras, enquanto 34% conseguiram manter o equilíbrio financeiro, e 41% dos estabelecimentos pesquisados relataram lucro.

A principal razão apontada para o saldo negativo nas finanças dos bares e restaurantes foi a queda nas vendas durante o mês, mencionada por 82% dos entrevistados. Outras causas incluíram a redução do número de clientes (67%), dívidas pendentes (43%) e o aumento dos custos dos insumos (36%), como os principais fatores que contribuíram para o prejuízo dos empresários. A pesquisa envolveu 1.979 proprietários de bares e restaurantes de todo o Brasil, entrevistados entre os dias 28 de setembro e 6 de outubro.

Além disso, o levantamento indicou que as empresas mais recentes são as que mais sofrem prejuízos. Entre aquelas com idades entre um e três anos, 33% tiveram prejuízo, enquanto o percentual cai para 18% entre as que têm mais de 10 anos de existência. O tamanho da empresa também exerce influência, com 33% dos bares e restaurantes com faturamento de até R$ 1 milhão encerrando agosto com prejuízo, em comparação com apenas 8% daqueles com faturamento acima de R$ 4,8 milhões.

Carlos Eduardo Vellozo, de 41 anos e morador de Brasília, atua no setor de bares e restaurantes há oito anos e enfrentou três meses consecutivos de prejuízo. Ele iniciou sua empreitada com serviços de entrega (delivery) e depois expandiu para um restaurante com mesas na região da Asa Norte, em Brasília. No entanto, após sofrer prejuízos, decidiu retornar exclusivamente ao serviço de entrega.

Vellozo compartilhou: “Durante três meses, as vendas das mesas não chegaram a 10% do que o delivery estava vendendo. Além disso, os custos aumentaram significativamente; a matéria-prima subiu consideravelmente. Antes, eu comprava salmão por R$ 19,90, mas agora está custando R$ 69,90. Muitas pessoas têm optado por abrir restaurantes em suas casas para reduzir custos. Restaurantes com mesas têm muitas despesas, como aluguel e funcionários, e assim, não conseguem competir com aqueles que oferecem serviços de entrega em domicílio.”

O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, ressaltou que, mesmo com a inflação sob controle, os meses de prejuízo dificultam a recuperação das perdas que o setor sofreu durante a pandemia. Ele observou: “Apesar do Dia dos Pais, as empresas do setor tiveram um agosto desafiador, indicando uma ligeira diminuição no movimento. As empresas mais novas, que ainda estão aprendendo a controlar os custos e investindo, e as empresas menores, que enfrentam mais dificuldades com o fluxo de caixa, são as mais afetadas.”

Fonte: Agência Brasil


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