O debate sobre o fim do parcelamento no cartão de crédito no Brasil tem gerado algumas discussões no país. Essa mudança pode afetar não apenas os consumidores, mas também teria implicações significativas para os microempreendedores.
Em entrevista a BandNews TV em Brasília, o presidente do Sebrae, Décio Lima alerta que a mudança pode prejudicar as empresas de pequeno porte no Brasil, mesmo que esses negócios sejam responsáveis por 55% dos empregos formais no país.
“Com certeza não há como se imaginar o setor que representamos sobreviver sem a utilização do cartão de crédito na modalidade do parcelamento sem juros. O nosso público tem o hábito de parcelar suas contas e ao mesmo tempo os MEI’s se utilizam do próprio parcelamento do cartão para manter seus negócios, seus estoques e produzirem essa grande riqueza da economia brasileira que são os micro e pequenos empreendedores.”
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que de janeiro a maio, o Brasil criou 865.360 empregos formais. Desses, 594.213 foram por MPE. Isso representa 69%. Para Décio, a retirada desse recurso de pagamento pode enfraquecer a relação do empreendedor e consumidor como pode colaborar para o aumento do desemprego.
“Você imaginar um setor desse, que tem na sua absoluta maioria, se utilizado do parcelamento do cartão de crédito sem juros, de repente, ser submetido a voracidade do mercado financeiro com a imposição de juros, é inviabilizar aqueles que compram e vulnerabilizar os pequenos negócios do nosso país.”
O presidente do Sebrae, também anunciou uma parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social, o BNDS, para garantir e oferecer recursos aos pequenos empreendedores no primeiro período do ano que vem.
“Estamos trabalhando no Sebrae para construir um fundo garantidor junto com BNDS e pretendemos oferecer para os micro e pequenos empreendedores a maior oferta de crédito da história do SEBRAE.”
Ao fim da entrevista, o presidente lembrou ainda sobre como o Sistema de renegociação de dívida criado pelo governo, o Desenrola Brasil tem ajudado os microempreendedores a resolver “problemas do passado”. Segundo a última atualização do governo, o programa já renegociou R$22,5 bilhões em dívidas.
“é evidente que os micro e pequenos empreendedores nesse momento, reúnem uma grande expectativa de aumentarem seus negócios e não terem dificuldade de realizá-los, como a grande maioria passou recentemente no nosso país. Nos quais, mais de 6 milhões de microempreendedores não conseguem ter crédito porque estão endividados.”
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